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Dia 26 deste mês de outubro, contrariando os prognósticos sombrios e pessimistas de uma conhecida vidente que vaticinou que eu não chegaria aos 50 anos, completarei 78 anos. Gostaria de mandar uma fatia de bolo para a tal vidente que fez chegar até mim sua mensagem através de uma aluna, mas a referida me antecedeu na viagem espacial e partiu precocemente. Mas eu queria dizer é que, como idoso, sou leitor assíduo do "Diário Bem-Viver", caderno especial que nosso jornal publica nas edições de fim de semana contendo reportagens e informações sobre saúde. E que são muito úteis e informativos.
No último dia 18, comemorou-se o Dia do Médico porque é o Dia de São Lucas, o santo padroeiro da Medicina. E eu não queria deixar de fazer algumas considerações a respeito. Por uma série de razões. Tive muitas centenas de alunos nos cursinhos pré-vestibulares ao longo demais de 40 anos de docência que se transformaram médicos, muitos deles atuantes em Santa Maria e alguns meus médicos há anos. Cito, entre muitos deles: Dra. Jane Costa, Dra. Alba Tereza do Prado Veppo Prolla, Dr. Chariff Ddine, Dr. Glauco Alvarez, Dr. José Pedro Lauda, Dr. Reinaldo Ritzel, Dr. Mauro Merten, Dr. Laranjeira, etc.
Fiz o Ginásio e Científico no Maneco. Minha turma do Científico é de 1962, com vestibular feito em janeiro de 1963. Puxando pela memória, lembro que de nossa turma saíram 11 médicos: Telma Cordeiro D'Ornellas, Oldemar Weber, Luiz Osvaldo Coelho, Dari Pretto, Nelson Segala, Izidoro Lima Garcia, José Amilton Acosta, Luiz Régis Agne Stein, Carlos Horácio Hertz Genro, Flori Machado Sobrinho e Sérgio Segala. Infelizmente, já nos deixaram os amigos Oldemar Weber, Nelson Segala, Izidoro Lima Garcia, José Amilton Acosta e Sérgio Segala.
Ao longo do último meio século, mantive contato mais próximo com uns. Mais esporádico com outros. O Luiz Osvaldo é casado com a irmã da minha mulher, foi diretor do Curso de Medicina da UFSM, mas há anos mora em Porto Alegre. O Nelson Segala e o José Amilton davam aula no mesmo prédio do campus que eu (prédio de número 19), o que proporcionava encontros e batepapos quase diários. O Floria Machado Sobrinho é médico em Brasília, já tentei localizá-lo, deixei recados, mas nunca retornou com notícias. O Carlos Horácio encontro de quando em vez. Com quem eu mais falava era o Serginho Segala. Mas o Serginho morreu na semana passada...
Uma das minhas netas há mais de seis anos foi diagnosticada pelo meu querido amigo Dr. Valdir Pereira e sua equipe com Mal de Hodgking, um tipo de câncer linfático. Ela teve de fazer implantação de cateter para a sequência da quimioterapia, perdeu peso, ficou carequinha, etc, e continuou seu curso universitário aquele semestre com as dificuldades compreensíveis. Está formada. Não precisou fazer todas as sessões de quimioterapia previstas. O Serginho sempre disse para ela: "Em todas as tuas sessões eu vou ficar contigo porque tu és neta do Pizarro e eu sei o quanto ele te adora... ele foi meu colega e é meu grande amigo... tu vais sair daqui curada". Anos depois, ele a chamou e disse: "Hoje vamos retirar o cateter. Tu estás curada."
Serginho, meu querido: obrigado por ter sido carinhoso e competente com minha neta. Ela chorou muito quando eu disse a ela que morreste.
Nossa família vai rezar muito por ti!
Até qualquer dia!